quinta-feira, outubro 28, 2004

Presenças

III

Contemplava sentada a janela. Horizontes distantes nada diziam. A chuva fina evidenciava ainda mais o silêncio de Antonio. Por que este silêncio, ela se perguntava.

O silêncio de Antonio me desespera. Parece que toda a cidade está em silêncio.
Tomo meu café... A fumaça aquece meu rosto. Com o frio que tem feito em meu coração, me sinto quase feliz. São seis horas. Antonio se levanta. Outro alguém que o visse agora pensaria que Antonio é um homem sem mistérios. Mas, quando encaro o mar negro dos seus olhos, toda essa escuridão que traz dentro de si, penso que não o conheço.

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