terça-feira, dezembro 21, 2004

Presenças

VI

Antonio entrou no ônibus.
Dissera apenas que faria uma viagem curta. Ela ficava a pensar que ele retornaria em poucos dias. Antonio não tinha quase nada e levava o pouco que tinha. Para alguém que fugia de seus próprios sentimentos ele sabia o quanto era danoso criar raízes.
Chovia ainda. A janela embaçava.
Debaixo da chuva, de repente, ela entendeu. Antonio não voltaria. As gotas escorriam pelo seu rosto e ela murmurou: fica.
Pouco depois, o ônibus partiu.

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