A chuva riscava a janela. Sem pressa. A tarde ia estendendo sobre o céu um manto. Tudo escurecia.
O vento vinha varrendo as árvores. As folhas pairando como se se desprendessem de um calendário. Era como se o tempo estivesse dizendo: estou passando.
Deixou-se ficar ali na janela observando a tarde cair. Não acendeu as luzes. Não queria mover-se dali e perder o espetáculo mesmo sabendo que parte dele está no observador. Gostava de ver a terra umedecendo até criar as poças. Colou as mãos no vidro e aproximou o rosto até embaçar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário