terça-feira, setembro 27, 2005

A Janela

A chuva riscava a janela. Sem pressa. A tarde ia estendendo sobre o céu um manto. Tudo escurecia.
O vento vinha varrendo as árvores. As folhas pairando como se se desprendessem de um calendário. Era como se o tempo estivesse dizendo: estou passando.

Deixou-se ficar ali na janela observando a tarde cair. Não acendeu as luzes. Não queria mover-se dali e perder o espetáculo mesmo sabendo que parte dele está no observador. Gostava de ver a terra umedecendo até criar as poças. Colou as mãos no vidro e aproximou o rosto até embaçar.

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