quinta-feira, julho 27, 2006

Saudade

Das manhãs de sábado na casa da minha avó
o café quente na caneca de plástico
as formigas sobre a mesa
pão torrado.
Do cheiro temperado das mãos da minha avó
do sabor do seu feijão que ninguém jamais fará igual
de ver seus óculos na ponta do nariz catando os grãos sobre a mesa.
Saudade do susto que nos fazia levantar da poltrona preferida do meu avô
quando o portão rangia: era ele chegando.
Por muito tempo ainda ouvimos o portão ranger
mesmo depois de sua morte.

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