"Eu preciso é ter consciência
do que eu represento
nesse exato momento
no exato instante
na cama, na lama, na grama
em que eu tenho uma vida inteira
nas mãos"
Gonzaguinha
do que eu represento
nesse exato momento
no exato instante
na cama, na lama, na grama
em que eu tenho uma vida inteira
nas mãos"
Gonzaguinha
II
Eduardo caminha pela cidade sem a resposta de Carmem. Sabe que seria assim. Sempre soube que Carmem nada diria.
No quarto e sala do subúrbio, Carmem vigia o sono das crianças no minúsculo quartinho de empregada. Dormem com a porta aberta e têm medo de olhar a janela da cozinha que fica em frente. No escuro, figuras estranhas desenham-se na janela. Carmem observa triste as crianças no cubículo. Queria para eles um quartinho onde pudessem brincar. Queria tanto para os filhos... para si mesma. Para Antonio.
Carmem arrasta os chinelos com cuidado para não acordar as crianças. Dormiram, não terão medo. Antonio lê no quarto e ela fica na sala assistindo aos programas da noite morna de domingo.
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